Entrevista com o gerente de Produto Marcio Marques
A igus é uma empresa Alemã de guias lineares, esteiras porta cabos, cabos flexíveis, mancais esféricos, buchas autolubrificantes e diversos outros componentes que são usados em aplicações móveis... Em todo o mundo, eles empregam mais de 4.500 colaboradores e estão presentes em mais de 35 países, atendendo mais de 50 diferentes segmentos industriais.
Um de seus principais carros-chefes são suas buchas autolubrificantes iglidur®. Uma linha com diversas variações de buchas e mancais feitos em polímero de engenharia tribo-otimizado. Essas buchas tem sido à escolha de muitos engenheiros e projetistas por conta do seu baixo desgaste, durabilidade e resistência aos meios.
Os profissionais técnicos sabem que para qualquer tipo de aplicação se faz necessário o uso de buchas e mancais resistentes que atendam às necessidades de movimentação do equipamento junto ao meio. Para nos ajudar a entender algumas das vantagens competitivas quando comparamos buchas feitas em polímero com buchas metálicas trouxemos aqui uma entrevista com o gerente de produto dessa linha de buchas e mancais da igus, Marcio Marques. Confira!
- Marcio, o que os projetistas e engenheiros precisam saber sobre essas soluções autolubrificantes feitas em polímero?
Precisam saber que são soluções tecnológicas, nós as chamamos de “polímeros tribológicos” que foram desenvolvidos propriamente para resistir em aplicações dinâmicas e que ajudam a otimizar uma série de aplicações, aumentando o desempenho de equipamentos e reduzindo custos com manutenção.
Hoje a igus dispõe de mais de 50 materiais diferentes, cada um desenvolvido para um tipo de aplicação, exclusivo para cada máquina e equipamento de nossos clientes. Temos também o maior laboratório de testes da indústria onde são feitos testes todos os dias do ano das mais diferentes situações de carga, velocidade, etc. Com isso conseguimos calcular e precisar dados como a vida útil desses componentes em cada aplicação, assim o cliente trabalha com uma garantia de funcionamento tendo mais segurança na utilização de nossos materiais, além de um melhor planejamento de manutenção e a isenção de gastos com lubrificantes e tempo para lubrificar.
- Como as buchas autolubrificantes em polímero e as soluções metálicas se comparam em termos de custo e desempenho?
As buchas poliméricas autolubrificantes iglidur® possuem um desempenho infinitamente maior, pois não existe o contato metal x metal e dispensa o uso de lubrificantes.
Metal x metal é sinônimo de desgaste prematuro e sempre haverá a necessidade da troca de buchas e eixos nessas situações, pois as buchas metálicas acabam danificando os eixos. Isso não acontece com as buchas poliméricas autolubrificantes, sem contar que as buchas metálicas deverão sempre trabalhar com óleos ou graxas usando eixos temperados com alta dureza de alto custo. Além das buchas iglidur® terem uma vida útil superior (estudos nossos comprovam que a vida útil pode ser até 8 vezes maior) é possível o uso de eixos de baixa dureza reduzindo ainda mais os custos.
- Você poderia nos dar alguns exemplos de aplicações onde a substituição trouxe ganhos para a empresa ou para o cliente final?
Sim, um exemplo importante são aplicações em máquinas agrícolas mais especificamente em Plantadeiras, cada plantadeira utiliza entre 200-300 buchas, com mais de 100 pontos de lubrificação. Nesse caso o fabricante possui altos gastos fabricando as graxeiras para lubrificação e o cliente final os mesmos gastos com lubrificantes que acabam caindo no solo e contaminando o meio ambiente, além do tempo da parada para lubrificação que pode muitas vezes levar o dia todo para fazer esse serviço de manutenção, sabemos que máquina parada é sinônimo de prejuízo.
Com nossas buchas iglidur® o cliente parou de fazer as graxeiras, pois nossas buchas são autolubrificantes, reduziu custos usando eixos macios, e o cliente final aumentou a produtividade em campo pois não existe mais a necessidade de lubrificação, não existe mais as paradas para engraxar a máquina. Resumindo máquina rodando 24 horas sem problema algum, aumentando a produtividade. Tanto o fabricante quanto o cliente final ficaram muito satisfeitos.
- Você acha que aqui no Brasil os engenheiros estão mais abertos à essas novas tecnologias nos últimos tempos, que nem acontece já há algum tempo nos EUA ou Europa?
Sim, cada vez mais engenheiros de grandes empresas estão trabalhando em busca de melhorar seus equipamentos e reduzir os custos, a igus é a empresa certa para ajudar nisso. Vivemos em um mundo bem globalizado onde as tecnologias e novidades estão sempre com acesso facilitado para todas as empresas que visam prosperar tecnologicamente.
- Existe algum caso onde as buchas autolubrificantes em polímero podem não ser a melhor opção?
Sim, aplicações onde existam temperaturas superiores a 250 graus, hoje possuímos materiais para o trabalho constante a 250 graus e para picos de temperatura de 315 graus.
Talvez em um futuro próximo tenhamos polímeros tribologicamente desenvolvidos para trabalhar a 400-500 graus.
- Como é o preço hoje dessas buchas iglidur® da igus comparadas às buchas metálicas de mercado?
As buchas iglidur® possuem um custo baixo pois são fabricadas pelo processo de injeção, muitas vezes com até 8 cavidades, o que quer dizer que a cada processo de injeção já são produzidas 8 peças. Uma vez que existe o molde pronto o processo de fabricação é rápido e muito mais barato que o processo de fabricação de buchas metálicas. Os benefícios percebidos a longo prazo também tornam essas soluções muito mais econômicas que as metálicas, nossos estudos comprovam uma redução de 40% dos custos quando comparadas com as soluções metálicas.
Para saber mais sobre esses comparativos, a igus disponibiliza em seu site uma sessão específica para falar sobre o tema, comparando buchas em polímero com rolamentos de agulha, com buchas sinterizadas e outras soluções, não deixe de conferir!
https://www.igus.com.br/info/plain-bearings-plastic-bearings-vs-metal-bearings