Um dos setores que mais contribuem para o PIB do Brasil, o setor automotivo está passando por uma transformação significativa impulsionada por inovações tecnológicas, mudanças nas preferências dos consumidores e preocupações ambientais cada vez mais prementes.
À medida que 202 avança novas tendências emergem como protagonistas, moldando os próximos passos o futuro do setor.
Mover: próxima fase do Rota 2030
O Rota 2030 é um programa de políticas públicas voltado para o setor automotivo no Brasil, com o objetivo principal de promover a inovação, aumentar a competitividade da indústria nacional e impulsionar o desenvolvimento sustentável. Lançado em 2018, o programa estabeleceu diretrizes e incentivos para orientar o crescimento e a modernização do setor até o ano de 2030.
A nova fase, Mover, introduzida nos últimos dias de 2023, este novo estágio surge como uma iniciativa para descarbonizar a indústria automotiva brasileira, promover o uso de biocombustíveis e outras fontes de energia alternativa. Uma inovação notável é a implementação do IPI Verde, que oferece redução de impostos para veículos com menores índices de emissões poluentes.
Ao contrário da fase anterior, que focava na melhoria da eficiência energética e segurança veicular, o Mover incorpora um novo critério para concessão de descontos no IPI: a ênfase na reciclagem de automóveis. Além disso, essa abordagem ampliada reflete o compromisso do governo em direcionar a indústria automotiva brasileira rumo a práticas mais sustentáveis e ambientalmente responsáveis.
Novas marcas no mercado
Curiosamente, um dos fatores que podem impactar a competitividade do mercado automotivo eletrificado é a chegada forte de empresas chinesas no país.
GMW (Great Wall Motors): presente em mais de 60 países, a empresa já vendeu mais de 1 milhão de veículos no mundo. Em 2021, a GMW comprou a fábrica da Mercedez-Benz em Iracemápolis (SP) com o objetivo de fabricar carros elétricos nacionalmente.
A empresa é dona de quatro submarcas: Haval, para SUVs de uso urbano, Tank, de SUVs off-road, Poer, especializada em picapes, e ORA, responsável pela produção de compactos elétricos. Inicialmente, a linha será composta apenas por veículos da Haval, Tank e Poer.
Omoda e Jaecoo: ligadas a Chery, suas operações serão separadas da Caoa, responsável por suas operações no Brasil, o objetivo principal das marcas são oferecer carros híbridos e elétricos.
A Omoda tem planos de estar em 30 países e é voltada ao público mais jovem, enquanto a Jaecoo é focada em veículos off-road 4x4 luxuosos.
BYD: a empresa, por sua vez, só vai inaugurar a unidade de Camaçari (BA) em 2025. Porém, em 2024 tem o intuito de ampliar gama de elétricos oferecidos no Brasil com outros lançamento.
Vale lembrar que a empresa está em negociações para adquirir a Sigma Lithium, a maior mineradora de lítio do Brasil, conforme revelado pelo "Financial Times" em um acordo estimado em R$ 14,3 bilhões.
Eletrificação em Ascensão
O mercado de veículos elétricos no Brasil está em constante expansão, impulsionado pela crescente demanda por uma mobilidade mais sustentável, econômica e tecnologicamente avançada. Os veículos elétricos e híbridos representam uma nova era na indústria automotiva, utilizando a eletricidade como principal fonte de energia, o que resulta na redução ou até mesmo na eliminação do uso de combustíveis fósseis.
De acordo com os dados fornecidos pela ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico), janeiro de 2024 continuou a demonstrar um vigoroso crescimento, mantendo o ritmo observado no ano anterior. No período, foram registrados 12.026 veículos eletrificados (entre elétricos e híbridos) emplacados no país, representando um impressionante avanço de 167% em comparação com o mesmo mês do ano anterior.
Um dos principais impulsionadores desse crescimento é o anúncio de montadoras sobre o início da fabricação de veículos elétricos em solo nacional. Empresas como as chinesas BYD e GWM, e a Stellantis, conglomerado que engloba marcas como Fiat, Jeep, Peugeot, Citroën e RAM, têm contribuído para esse cenário. Atualmente, todos os modelos 100% elétricos disponíveis no Brasil são importados, o que acaba encarecendo o preço final para o consumidor.
Sustentabilidade em Foco
A preocupação com o meio ambiente está impulsionando a inovação no mercado automotivo, com uma crescente demanda por veículos elétricos, materiais sustentáveis e práticas de fabricação eco-friendly. Os fabricantes estão buscando reduzir as emissões de carbono em toda a cadeia de suprimentos e aumentar a eficiência energética de seus produtos, em resposta às expectativas dos consumidores e às regulamentações governamentais mais rigorosas.
Veículos Autônomos com Inteligência Artificial em Evolução
Além das tecnologias de automação, a inteligência artificial (IA) desempenha um papel crucial no avanço dos veículos autônomos. Em 2024, podemos esperar uma maior integração de sistemas de IA avançados para aprimorar a capacidade dos veículos de tomar decisões em tempo real e adaptar-se a diferentes condições de tráfego e ambientes rodoviários. A aprendizagem de máquina e os algoritmos de processamento de dados em tempo real capacitam os veículos autônomos a interpretar e responder a cenários complexos de forma mais eficaz, melhorando assim a segurança e a confiabilidade dessa tecnologia. No entanto, desafios relacionados à interpretação de sinais ambíguos e à garantia da segurança cibernética continuam a ser áreas de foco para os desenvolvedores de veículos autônomos.